A vida é um rio

A vida é um rio
... "e não se pode entrar duas vezes no mesmo rio."

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu queria Falar de Ti

Eu queria falar de ti

Quando as palavras ficam soltas ao vento
E não conseguem exprimir
A força da paixão de um sentimento

Eu queria falar de ti

Ir além do tempo fugaz e sentir
O momento de te ter a meu lado
Mesmo que acordado eu possa dormir

Eu queria falar de ti

Ficar no presente com as vivências do passado
Reviver a cada instante e fingir
Ser eu e seres tu a viver o nosso fado

Eu queria falar de ti

E guardar no meu peito o teu olhar indiscreto
Fazer do teu corpo um abrigo
E ficar com o teu sorriso mais perto

Eu queria falar de ti

Deixar para trás a ausência do passado
Procurar em cada gesto o sentido
Para ficar contigo lado a lado

Eu queria falar de ti
Só para dizer

Que te AMO.


Jorge Prisma

terça-feira, 7 de junho de 2011

Apetece-me

Apetece-me pensar
Em tudo que é possível escrever
Porque o pensamento deve ficar perpetuado
Na linguagem que o faz renascer.

Apetece-me viver
O dia de hoje sem o amanhã
O momento presente sem o depois
Tudo o resto é uma esperança vã

Apetece-me sentir
O calor no rosto das noites de verão
A brisa do amanhecer tardio
O despontar de uma velha paixão

Apetece-me dizer
Tudo com todas as palavras
Soltar todos os sentimentos reprimidos
Abrir novos mundos novas estradas.

Apetece-me ouvir
Os sons da natureza ao acordar
A vida que corre lá fora sofrida
Deixar a melodia do sonho cantar.

Apetece-me escrever
O sem sentido dos pensamentos escondidos
As ideias que ocultam o saber
De todos os princípios esquecidos.

Apetece-me viajar
Pela paisagem do teu corpo cansado
À procura de um sinal para recomeçar
Uma nova viagem, um novo fado.

Apetece-me ficar
Aqui perto de ti.


Jorge Prisma

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ás vezes o que sinto

Às vezes o que sinto


Às vezes o que sinto
Solta-se das palavras perdidas na voz
Joga com as emoções à cabra cega
Vive as recordações das memórias traídas

Às vezes o que sinto
Deixa cair o tempo moribundo de sentido
Agarra-se ao momento do desejo que ninguém sentiu
Voa nas asas de uma pétala de flor

Às vezes o que sinto
Traz a esperança de lembranças esquecidas
Adormece no silêncio da cidade furtiva
E acorda sempre que alguém diz bom dia

Às vezes o que sinto
Esquece-se de acender a luz da existência
Dá voltas no leito desfeito com os segredos do coração
E a noite, essa, não se deixa apaixonar

Às vezes o que sinto
É uma canção que mora no peito
É uma melodia de um rio sem margens
É um mar azul num horizonte por inventar

Às vezes o que sinto
Os lábios do beijo não sabem dizer
A fala do sorriso não consegue expressar
E o olhar, abriga-se na pureza do sentimento vivido!



Jorge Prisma

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A vida é um rio

A vida é um rio
De água doce e cristalina
Correndo em movimentos nem sempre iguais
Rasgando o vale em cada colina
Afirmando a vida em todos os seres mortais.

A vida é um rio
De margens sem leito conhecido
Leva-nos sem saber para onde ir
Apostamos tudo e tudo fica esquecido
Num jogo que não se pode repetir.

A vida é um rio
Com pontes entre as margens
Ligando o passado ao futuro
Impondo as suas próprias paragens
Libertando o espírito mais puro.

A vida é um rio
Que nos faz reviver os sonhos da infância
Recordar o paraíso da primavera da vida
Em cada homem há uma criança
Para que a autenticidade não seja esquecida.

A vida é um rio
Que nasce no teu corpo
E no teu corpo desagua
Faz da existência um sopro
Quando a minha vida é tua.

A vida é um rio…



Jorge Prisma

terça-feira, 25 de maio de 2010

É para ti

É para ti
Que as palavras deixam cair cada letra
Ficando moribundas com o seu vazio
Porque a significação és tu

É para ti
Que trago o silêncio da madrugada
E a sua voz não sabe dizer o que dizia
Porque a melodia és tu

É para ti
Que as estrelas existem no firmamento
E o seu brilho vai-se esvanecendo
Porque a luz és tu

É para ti
Que todas as flores são perfumadas
As suas pétalas podem não saber
Porque a primavera és tu

É para ti
Que todas as fantasias anseiam a realidade
E as mãos nada conseguem alcançar
Porque o sonho és tu

É para ti
Que todos os caminhos procuram chegar
Mas no seu regresso ficam à deriva
Porque o sentido és tu

É para ti
Que todos os momentos se perpetuam
Perde-se o passado e o futuro
Porque o tempo és tu

É para ti
Que as ondas do mar fingem dançar
E deixam cair a sua ilusão
Porque a verdade és tu

É para ti…
O amor.

Jorge Prisma

sábado, 8 de maio de 2010

A vida num momento

A vida num momento

Passam as horas, devagar
Quando não te sinto
Perto de mim.

A vida ... é o tempo sem fim
À procura do seu firmamento
Que não consegue deslumbrar.

O dia nega e a noite afirma
As suas paixões proibidas
Ainda por conceber.

O momento somos nós a amar
A fugacidade da vida
Que não se deixa perpetuar.

Agora, quero o mundo à minha volta
Quero alcançá-lo num abraço
Depois, não existe depois.

A força de cada palavra não tem idade
Procuro a identidade de cada gesto
Porque nada é como foi.

O sorriso, esse quero-o à solta
Pelas margens da aventura
No êxtase da sedução da vida.

O pensamento corre à procura das palavras
Para exprimir o afecto, a emoção
De cada instante, contigo.

A vida é o momento a pensar em ti.


Jorge Prisma

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Entender

Entender ..


Ouvi o coração a dizer o porquê da vida
Falou mais alto que o costume
Mas não o entendi.
O dia passa copiosamente como todos outros iguais
Tentando dizer algo de novo
Mas não o entendi.
A verdade deixou de doer tanto no peito
Impôs a si mesma toda a subtileza
Mas não a entendi.
O destino quis abraçar novos horizontes
Delinear novas perspectivas
Mas não o entendi.
O mar deixou-se alcançar no seu movimento
O seu azul convidou à exaltação
Mas não o entendi.
O vento despertou com a mesma melodia de sempre
Em movimentos sempre iguais
Mas não o entendi.
A natureza afirmou a intenção de levantar o sonho
De perpetuar a sua acção renovadora
Mas não a entendi.
A existência persegue o seu esforço de realização
Procura novas imagens de si própria
Mas não a entendi.
O sentimento procura o modelo da sua nova identidade
Reconhecer-se no imaginário comum
Mas não o entendi.
A concepção desvia-se na descoberta da razão do ser
As definições ultrapassam a ideia
Mas não a entendi.
O movimento do olhar procura-te em segredo
Para disfarçar a emoção
De estar contigo.

Mas eu não entendi.


Jorge Prisma

Sensações

Sensações

Sensações vividas
Em paixões perdidas

Encontros repetidos
Em pensamentos esquecidos

Poemas guardados
Em livros furtados
Palavras aclamadas
Em vozes caladas

Sonhos construídos
Em amores furtivos

Sorrisos abertos
Em rostos discretos

Gestos sinuosos
Em corpos idosos

Olhares penetrantes
Em vidas distantes

Abraços apertados
Em movimentos falhados
Vidas secretas
Em páginas abertas

Paisagens proibidas
Em imagens sugestivas

Rostos esquecidos
Em memórias vividos.


Jorge Prisma

O Natural

O natural

O natural da natureza, a natureza do natural
Onde está a beleza
Se tudo é artificial.

Mas se todo o artificial é natural, se toda a beleza é da natureza
Como se constrói o natural
Se toda a natureza é artificial.

Mas se nada há de artificial, se toda a beleza é natural
Como compreender a natureza
Se todo o natureza é natural.

A natureza do natural, o natural da natureza.
São para nós a realidade
Se não houver o artificial.

Mas se a realidade é natural, se a natureza é beleza
O que vai acontecer ao natural
Se a beleza é artificial.

A natureza do natural, natural da natureza
Para nós parece igual
Porque o artificial é beleza.

Mas se a natureza é real, e se o real é natural
Como negar a beleza
Do artificial da natureza.

O natural da natureza, a natureza do natural
Diz-nos que a realidade
É artificial e é beleza.


Jorge Prisma